COP30: Ministério dos Povos Indígenas seleciona estudante da UFSC para curso de lideranças

07/01/2025 11:18

O estudante do curso de Relações Internacionais da UFSC e integrante do projeto UFSC com as Aldeias, Eliel Ukan Patté Camlem, foi selecionado pelo Ministério dos Povos Indígenas do governo federal para participar do programa Kuntari Katu: Líderes Indígenas na Política Global. O primeiro módulo do programa ocorreu presencialmente em Brasília nos dias 11 a 14 de setembro de 2024, no Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores.

O Ministério selecionou 30 representantes de povos indígenas entre centenas de candidatos para participar de um curso formativo de lideranças para atuar na 30ª Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.

Fruto de parceria do Ministério dos Povos Indígenas com o Ministério de Relações Exteriores e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Programa foi lançado em agosto na 2ª Reunião do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Kuntari Katu é uma expressão que significa “aquele que fala bem”.

Eliel é estudante do curso de Relações Internacionais da UFSC, do povo Xokleng Laklãnõ. Eliel tem se destacado por sua participação em projetos de pesquisa e extensão no curso e na coordenação do Centro Acadêmico de Relações Internacionais, além de ser membro do Conselho Universitário e do Movimento Maloca UFSC. Eliel é o primeiro estudante indígena do curso de Relações Internacionais e pretende ser o primeiro diplomata indígena do Brasil.

Saiba mais sobre o programa Kuntari Katu

Fonte: Notícia original: Noticias UFSC, disponível em <https://noticias.ufsc.br/tags/ministerio-dos-povos-indigenas/>

CEPAGRO e Estudantes Indígenas Inauguram Horta Sustentável no Alojamento Estudantil Indígena da UFSC

21/12/2024 20:05

Nesta quinta-feira(19) de Dezembro, foi realizada a construção de uma horta no alojamento indígena da UFSC em parceria com estudantes e a CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo. O esforço coletivo movimentou cerca de 1 tonelada de materiais que  incluem compostos e cepilho, além do plantio de mais de 100 mudas e sementes com muitas mãos trabalhando juntas.

       

 A iniciativa marca uma importante aproximação com os mais de 200 indígenas de diferentes territórios e etnias que hoje fazem parte da UFSC, promovendo segurança alimentar, práticas sustentáveis e a valorização das culturas indígenas. A horta, além de um espaço de cultivo, simboliza a união entre tradição e inovação, destacando a força da colaboração em prol de um futuro mais inclusivo e sustentável.

 

Um pouco do que foi a construção da horta no alojamento indígena da UFSC em parceria dos estudantes e a CEPAGRO.

UFSC com as aldeias: Guias de cursos são entregues aos jovens indígenas

05/11/2024 17:04

O Projeto UFSC com as Aldeias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou nos dia 01 de outubro a entrega de guias de cursos para os jovens indígenas que prestaram o vestibulares da UFSC. Os guias de cursos foram entregues na Escola Indígena de Educação Básica Laklãnõ localizada no estado de Santa Catarina, na Terra Indígena Laklãnõ, no Município de José Boiteux.

A ação faz parte do projeto “UFSC com as Aldeias”, que busca promover a inclusão e oportunidades para jovens indígenas, oferecendo acesso a educação de qualidade e estimulando o desenvolvimento das comunidades indígenas locais.

Os guias de curso entregues abordam uma introdução dos mais diversos cursos ofertados pela universidade Federal de Santa Catarina.

Como destacou o coordenador indígena do projeto, Cristhian Roberto Priprá, “A entrega desses guias são muito importantes. Queremos estabelecer uma parceria duradoura com as aldeias, proporcionando oportunidades de crescimento e desenvolvimento para esses jovens indígenas, facilitando e esclarecendo suas dúvidas em suas escolhas de curso”

Os beneficiados pela iniciativa demonstraram entusiasmo e gratidão. “Agora podemos saber mais sobre o curso que eu escolhi, que tem na UFSC”, disse o jovem indígena da aldeia Laklãnõ.

O projeto “UFSC com as Aldeias” também prevê a realização de atividades culturais e esportivas, visando fortalecer a identidade indígena e promover a integração entre as comunidades.

Fonte:

– UFSC – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

– PROEX – PROJETO UFSC COM AS ALDEIAS

– ESCOLA INDÍGENA DE EDUCAÇÃO BÁSICA LAKLÃNÕ

– TERRA INDÍGENA LAKLÃNÕ

 

Cristhian Priprá/Estudante e Coordenador Indígena/UFSC

Daniel Castelan/Coordenador e Professor/UFSC

Ruilan Seabra/Estudante de Enfermagem/UFSC

Tags: ufsccomasaldeias

Artesanato Kaigang e o respeito à natureza

17/05/2024 09:12

Toda quarta-feira, na feirinha, o artesão e cacique Sadraque, que também é considerado guardião da sabedoria tradicional e Ancestral do seu povo Kaigang, dedica um momento para encontrar a comunidade da UFSC e compartilhar sua cultura e conhecimento.

Nesta quarta, o coordenador do projeto UFSC com as Aldeias, professor Daniel Ricardo Castelan, visitou o cacique para apresentá-lo ao seu amigo Gueibi, que iniciou sua caminhada de aprender com os indígenas. Lá encontraram Laura Paritintim, grande liderança estudantil indígena, que se tornou uma amiga do coordenador e do projeto.

Cacique Sadraque recebe o professor Gueibi

Na visita, o cacique Sadraque explicou que o artesanato tem um significado cultural muito profundo: “o artesanato ensina que é possível receber da natureza, da mãe-terra e do pai deus, o presente do alimento e da vida, sem precisar matá-la pra isso”.

O cacique contou uma história de como seu povo Kaigang faz o artesanato: “Antes de ir colher bambu, a gente pede licença, porque é a terra que oferece o alimento, o sustento, a vida. Como uma mãe nos oferece o leite, a terra nos oferece o bambu. Com a licença da mãe terra e do pai, nosso deus, nós vamos colher. E assim em retribuição cuidamos do bambu, fertilizamos, porque é um presente e um cuidado com a gente, nos dá vida. Então nós fazemos o manejo da árvore quando colhemos e com isso ela cresce e nos oferece seus frutos”.

Com as palavras do cacique Sadraque, os visitantes compreenderam que o artesanato mantém vivo no povo indígena um respeito muito grande pela natureza, que a preserva. Sadraque contou que a semente de Pau Brasil, que ele usa em seus colares, é colhida de uma árvore no bairro do Estreito, que ele conheceu aos 9 anos de idade, por intermédio da sua vó. Hoje ela tem 107 anos, mora no território indígena em Xanxerê. A árvore traz a lembrança da vó, então é uma amiga. Com isso, Sadraque ensina que não é preciso matar a natureza, fabricar tanto objeto, porque a natureza é um presente de quem a criou.

Gueibi saiu encantado pelo encontro. Mostrava alegria em seu rosto. Levou um cesto para presentear sua mãe. O cacique explicou o significado do desenho no cesto: “Um dos símbolos, o Kamé, representa o sol. O outro, Kairu, representa a lua.” Sadraque explicou que no seu povo, cada família tem um símbolo – alguns são Kamé, outros são Kairu. Os casamentos nunca acontecem entre dois Kamés ou dois Kairus. O coordenador do projeto UFSC com as Aldeias, professor Daniel, compartilhou as reflexões que a conversa despertou: “se o céu tivesse dois sol, não ia ter sombra pra descansar. Sol reveza com a lua. Juntar Kamé com Kairu une as famílias, festeja a união escrevendo seus nomes no artesanato, e assim costura a paz entre as famílias e no povo”. No cesto que Gueibi comprou para sua mãe, Kamé e Kairu estão juntos. “É um cesto de amor”, riu Sadraque.

Compartilhamos aqui o vídeo com ensinamentos do cacique Sadraque