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UFSC com as Aldeias marca presença na Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação da UFSC!
Publicado em 10/11/2024 às 18:30Nos dias 06, 07 e 08 de novembro, o projeto UFSC com as Aldeias esteve presente na 21° SEPEX – Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Este importante evento anual que reuniu iniciativas acadêmicas e comunitárias.
Nosso estande atraiu visitantes interessados em conhecer mais sobre as parcerias com comunidades indígenas e as ações realizadas afim de valorizar e preservar suas culturas, línguas e tradições.
A presença do projeto na SEPEX foi uma oportunidade única para aproximar o público das vivências e das ações do projeto nas aldeias indígenas, além de fazer uma exposição de fotos e atividades realizadas ao longo do ano, uma apresentação do projeto, pesquisas colaborativas e ações de extensão.
Agradecemos a todos que visitaram nosso estande e demonstraram apoio ao UFSC com as Aldeias. Seguimos juntos, promovendo a troca de conhecimentos e fortalecendo o compromisso com a diversidade e o respeito aos povos originários.
Cristhian Priprá/Estudante e Coordenador Indígena/UFSC
Woia Kriri Patté/Doutorando e Liderança Xokleng/UFSC
Daniel Castelan/Coordenador e Professor/UFSC
Ruilan Seabra/Estudante de Enfermagem/UFSC
#SEPEX #UFSCcomasAldeias #ExtensãoUFSC #CulturaIndígena
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UFSC com as aldeias: Guias de cursos são entregues aos jovens indígenas
Publicado em 05/11/2024 às 17:04A iniciativa do projeto UFSC com as aldeias que visou promover inclusão e oportunidades a jovens indígenas que prestaram o vestibular.
O Projeto UFSC com as Aldeias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou nos dia 01 de outubro a entrega de guias de cursos para os jovens indígenas que prestaram o vestibulares da UFSC. Os guias de cursos foram entregues na Escola Indígena de Educação Básica Laklãnõ localizada no estado de Santa Catarina, na Terra Indígena Laklãnõ no Município de José Boiteux.
A ação faz parte do projeto “UFSC com as Aldeias”, que busca promover a inclusão e oportunidades para jovens indígenas, visa oferecer acesso a educação de qualidade e estimular o desenvolvimento das comunidades indígenas locais.
Os guias de curso entregues abordam uma introdução dos mais diversos cursos ofertados pela universidade Federal de Santa Catarina a comunidades indígenas. Além disso, a UFSC oferece oficinas e atividades práticas para reforçar o aprendizado com a presença de jovens indígenas nas feiras de cursos.
“A entrega desses guias são muito importantes. Queremos estabelecer uma parceria duradoura com as aldeias, proporcionando oportunidades de crescimento e desenvolvimento para esses jovens indígenas, facilitando e esclarecendo suas dúvidas em suas escolhas de curso”
Os beneficiados pela iniciativa demonstraram entusiasmo e gratidão. “Agora podemos saber mais sobre o curso que eu escolhi, que tem na UFSC”, disse o jovem indígena da aldeia Laklãnõ.
O projeto “UFSC com as Aldeias” também prevê a realização de atividades culturais e esportivas, visando fortalecer a identidade indígena e promover a integração entre as comunidades.
Fonte:
– UFSC – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
– PROEX – PROJETO UFSC COM AS ALDEIAS
– ESCOLA INDÍGENA DE EDUCAÇÃO BÁSICA LAKLÃNÕ
– TERRA INDÍGENA LAKLÃNÕ
Cristhian Priprá/Estudante e Coordenador Indígena/UFSC
Daniel Castelan/Coordenador e Professor/UFSC
Ruilan Seabra/Estudante de Enfermagem/UFSC
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Artesanato Kaigang e o respeito à natureza
Publicado em 17/05/2024 às 09:12Toda quarta-feira, na feirinha, o artesão e cacique Sadraque, que também é considerado guardião da sabedoria tradicional e Ancestral do seu povo Kaigang, dedica um momento para encontrar a comunidade da UFSC e compartilhar sua cultura e conhecimento.
Nesta quarta, o coordenador do projeto UFSC com as Aldeias, professor Daniel Ricardo Castelan, visitou o cacique para apresentá-lo ao seu amigo Gueibi, que iniciou sua caminhada de aprender com os indígenas. Lá encontraram Laura Paritintim, grande liderança estudantil indígena, que se tornou uma amiga do coordenador e do projeto.
Na visita, o cacique Sadraque explicou que o artesanato tem um significado cultural muito profundo: “o artesanato ensina que é possível receber da natureza, da mãe-terra e do pai deus, o presente do alimento e da vida, sem precisar matá-la pra isso”.
O cacique contou uma história de como seu povo Kaigang faz o artesanato: “Antes de ir colher bambu, a gente pede licença, porque é a terra que oferece o alimento, o sustento, a vida. Como uma mãe nos oferece o leite, a terra nos oferece o bambu. Com a licença da mãe terra e do pai, nosso deus, nós vamos colher. E assim em retribuição cuidamos do bambu, fertilizamos, porque é um presente e um cuidado com a gente, nos dá vida. Então nós fazemos o manejo da árvore quando colhemos e com isso ela cresce e nos oferece seus frutos”.
Com as palavras do cacique Sadraque, os visitantes compreenderam que o artesanato mantém vivo no povo indígena um respeito muito grande pela natureza, que a preserva. Sadraque contou que a semente de Pau Brasil, que ele usa em seus colares, é colhida de uma árvore no bairro do Estreito, que ele conheceu aos 9 anos de idade, por intermédio da sua vó. Hoje ela tem 107 anos, mora no território indígena em Xanxerê. A árvore traz a lembrança da vó, então é uma amiga. Com isso, Sadraque ensina que não é preciso matar a natureza, fabricar tanto objeto, porque a natureza é um presente de quem a criou.
Gueibi saiu encantado pelo encontro. Mostrava alegria em seu rosto. Levou um cesto para presentear sua mãe. O cacique explicou o significado do desenho no cesto: “Um dos símbolos, o Kamé, representa o sol. O outro, Kairu, representa a lua.” Sadraque explicou que no seu povo, cada família tem um símbolo – alguns são Kamé, outros são Kairu. Os casamentos nunca acontecem entre dois Kamés ou dois Kairus. O coordenador do projeto UFSC com as Aldeias, professor Daniel, compartilhou as reflexões que a conversa despertou: “se o céu tivesse dois sol, não ia ter sombra pra descansar. Sol reveza com a lua. Juntar Kamé com Kairu une as famílias, festeja a união escrevendo seus nomes no artesanato, e assim costura a paz entre as famílias e no povo”. No cesto que Gueibi comprou para sua mãe, Kamé e Kairu estão juntos. “É um cesto de amor”, riu Sadraque.
Compartilhamos aqui o vídeo com ensinamentos do cacique Sadraque
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Projeto UFSC com a Aldeia realiza 1° missão com o povo Laklãnõ/Xokleng
Publicado em 23/08/2024 às 14:30O projeto UFSC com a Aldeia nasceu como uma forma de aproximação da Universidade Federal de Santa Catarina com as comunidades indígenas do estado. Idealizado por uma comissão de estudantes indígenas da UFSC, em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão (Proex), o projeto tem como objetivo trocar experiências e realizar missões em diversas aldeias, gerando diálogo e reciprocidade com o povo indígena.
A primeira missão do projeto aconteceu entre 24 e 26 de novembro na terra indígena do povo Laklãnõ/Xokleng, localizada entre os municípios de José Boiteux, Vitor Meireles, Doutor Pedrinho e Itaiópolis. Na última quinta (24), dez estudantes da UFSC – nove indígenas e uma não indígena –, acompanhados de três professores, saíram do campus Trindade rumo ao território Laklãnõ/Xokleng. Nesta primeira viagem, foram realizadas diversas atividades, como visitas às aldeias da T.I Laklãnõ e antigas escolas das comunidades. Além disso, destacam-se as conversas com as lideranças e com os anciãos da Aldeia Palmeira e com os estudantes da escola Laklãnõ, localizada na Aldeia Plipatol.
O estudante indígena do povo Xokleng Cristhian Roberto, graduando em Licenciatura em Educação do Campo e um dos pioneiros do projeto, dividiu com o estudante do povo Xokleng Eliton Weitcha, que cursa Antropologia, os primeiros passos do surgimento da ação. “Tivemos essa ideia, após observarmos uma demanda muito grande de estudantes indígenas que vêm para a universidade e, por não conhecerem os cursos, acabam tendo diversas dificuldades, fazendo dois ou três semestres e desistindo. Então a proposta principal é mostrar de fato a realidade dos cursos, da UFSC, e também a luta dos estudantes indígenas”, explica Cristhian.
Para um dos integrantes da delegação, Eliel Camlem, participar da missão também é uma forma de fazer uma ponte entre as comunidades indígenas do estado e a universidade. “É muito importante que nós, estudantes indígenas, levemos nosso conhecimento e visão da universidade aos alunos e à comunidade. E também que a gente traga para a universidade os conhecimentos adquiridos na aldeia. Assim, evitaremos um pouco o choque cultural e as dificuldades que temos ao ingressar na universidade”, acrescenta o estudante de Relações Internacionais.
O professor Daniel Castelan, titular no departamento de Relações Internacionais da UFSC, foi escolhido no início da estruturação do projeto como coordenador responsável pelos estudantes indígenas participantes. Segundo Daniel, sua participação o motivou a aprender mais sobre os povos indígenas, aprimorando também seu desempenho lecionando em sala de aula. “Me sinto na missão de colocar a UFSC para reparar a história sofrida dos povos originários. Este contato foi muito importante para a permanência dos estudantes indígenas na universidade, pois percebi que quando os indígenas saem da aldeia, eles têm como dever levar adiante o trabalho do seu povo”, finaliza o docente.
Para a pró-reitora de Extensão, Olga Regina Zigelli Garcia, o projeto representa não só uma forma de levar a universidade para a aldeia, mas também um meio de troca e aprendizados para estudantes, coordenadores e gestão universitária. “Esse projeto vem ao encontro das diretrizes da extensão universitária, o que pressupõe a interação dialógica, pautada na interdisciplinaridade, com propósitos de transformação social, e na formação do estudante sempre em prol de um mundo melhor”, conta ela. O projeto prevê ainda mais viagens em 2023 para as demais comunidades indígenas de Santa Catarina.
Foto: Vinícius Camlem Foto: Ariclenes Patté Foto: Vinícius Camlem
Ariclenes Patté/estudante de Jornalismo/UFSC
Giulia Rabello/estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC -
Laboratório da Universidade doa computadores para o projeto ‘UFSC com as Aldeias’
Publicado em 20/06/2024 às 10:22Com o objetivo de proporcionar o acesso à informação, o Laboratório Bridge da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), formalizou nesta quarta-feira, 12 de junho, a doação de seis computadores para o projeto UFSC com as Aldeias, programa que promove uma troca cultural entre os povos indígenas e a Universidade.
Os equipamentos serão destinados à escola Laklãnõ, em José Boiteux, que atende alunos desde o Ensino Fundamental ao Ensino Médio. A pró-reitora de extensão, Olga Zigelli, explica que um dos usos dos computadores é a criação de uma sala de informática para os estudantes, pois no local há somente dois computadores para uso de professores. Além disso, cadeiras também serão disponibilizadas pelo laboratório para a escola.
O projeto UFSC com as Aldeias é uma iniciativa que surgiu pela dificuldade de aproximação entre as atividades realizadas na Universidade e a comunidade indígena de Santa Catarina. Cristhian Pripra é um dos integrantes e líderes do projeto. Ele destaca a importância da doação aos estudantes na aldeia. “Os novos computadores farão a diferença, pois uma das ações do projeto é realizar as inscrições dos alunos no vestibular da UFSC. Assim, eles terão mais suporte e estrutura no momento da escolha”, diz Cristhian.
Atualmente, o projeto é coordenado pelo professor do curso de Relações Internacionais Daniel Castelan. O UFSC com as Aldeias integra o serviço Conexão com a Sociedade da Proex, coordenado pelo professor Alcides Milton da Silva, do Departamento de Saúde Pública. O projeto existe desde 2022 com ações de extensão que visam a inclusão, respeito e pertencimento dos indígenas na Universidade.
Notícia original: AGECOM <https://noticias.ufsc.br/2024/06/laboratorio-da-universidade-doa-computadores-para-o-projeto-ufsc-com-as-aldeias/>
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Amistoso de futebol reúne jovens Xokleng com a comunidade da UFSC
Publicado em 23/04/2024 às 17:02Na semana de comemoração dos povos indígenas, professores, estudantes e ex-estudantes da UFSC visitaram o povo Xokleng e participaram de partida amistosa de futebol com indígenas da aldeia Coqueiro.
O evento foi proposto pelo professor do departamento de Economia da UFSC, Gueibi Peres de Souza, que é também atleta do clube de futebol Guará, que há mais de vinte anos reúne professores, estudantes e amigos da UFSC para promover a integração através do esporte. A partida aconteceu no dia 20 de abril de 2024, na aldeia Coqueiro, na Terra Indígena Laklãnõ-Xokleng.
A ideia de um amistoso foi realizada com o apoio do projeto UFSC com as Aldeias, do qual participa o estudante Djeimis Leoni Vomblé Patté Camlem, do povo Xokleng, e o professor Daniel Ricardo Castelan, que providenciaram a mediação entre as equipes de futebol e as lideranças da comunidade. Djeimis é um dos craques do povo Xokleng, e atualmente estuda Educação no Campo na UFSC. Junto com a estudante Suzani Gervásio, do povo Paritintim, e também Renan Zokin Morlo, Xokleng, os integrantes do projeto UFSC com as Aldeias mediaram o diálogo entre a comunidade e os atletas não-indígenas.
A viagem também contou com a presença da professora e diretora do CCJ Carolina Medeiros Bahia, diretora do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC e companheira de um dos atletas, o advogado e mestre em direito Fábio Maia. Também integraram a equipe o professor em linguística, Heronides Moura, que já trabalhou com povos indígenas na Amazônia, e também do egresso da UFSC Luan Fisher, além de familiares dos atletas.
Na aldeia, os atletas foram recebidos pelo cacique da Aldeia Coqueiros, João Moklin Moconã. O cacique os convidou a participar das festividades comemorativas da semana dos povos indígenas. Ofereceu-lhes um farto almoço junto com a comunidade, em que puderam provar a bebida tradicional “Mog”. O Mog é preparado a partir da fermentação do mel e temperada com ingredientes típicos Xokleng, resultando em uma bebida fermentada, levemente adocicada e de sabor delicioso.
A receptividade dos Xokleng, e a alegria com que receberam os visitantes, contagiou quem esteve na aldeia pela primeira vez. O jogo terminou com o placar de 4 a 1 a favor dos Xokleng, que mostraram ser craques em campo. A ação foi mais um passo em direção da aproximação entre os Xokleng e não-indígenas, neste longo trabalho de reparação das injustiças que esse povo sofreu no passado, em direção a um futuro mais justo, pacífico e harmonioso.